domingo, 23 de outubro de 2011

II ENCONTRO ESTADUAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS SERÁ REALIZADO EM NOVEMBRO


                                           Giselle Ásthon posa com Milena Passos (presidente da ATRAS-BA)


 
Com o objetivo de identificar, fortalecer e instrumentalizar novas lideranças trans no Estado da Bahia, a Associação de Travestis de Salvador (ATRAS) promove o II Encontro Estadual de Travestis e Transexuais de 22 a 25 de novembro em Salvador.


Com o tema: Não exijo que me aceitem, mas desejo que me respeitem - Em busca do reconhecimento, pela identidade, essa edição visa debater e encaminhar propostas que vão além desse reconhecimento. Serão também debatidos temas ligados à saúde preventiva e integral, ações e políticas existentes, avanços e desafios dessas políticas, panoramas das atuações do movimento LGBT no estado da Bahia e legislação.



Essa segunda edição também objetiva identificar potenciais lideranças desse estado para que possam juntas traçar um panorama atual das políticas existentes nos municípios e conseqüentemente implantar novas ações. Também será um momento de farta troca de 

experiências entre as/os participantes.



Duas atividades inovadoras acontecerão nessa edição. A primeira é que o grupo de travestis e transexuais presentes farão uma solicitação de retificação de prenome coletivamente - ou seja, o coletivo de trans presentes, participantes do Encontro, e que queiram alterar o prenome o farão no próprio evento. A outra é que será disponibilizado um stand do Centro Especializado em Diagnóstico Assistência e Pesquisa - CEDAP para realização do teste rápido para o HIV de interessados (as).


    Giselle Àsthon posa com alguns dos participantes do VII Encontro Regional de Teravestis e Transexuais do Nordeste,realizado em 2010 na capital baiana

 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ATENÇÃO!

HÁ ALGUNS MESES FIZ UMA ENQUETE SOBRE UMAS FOTOS DO ÚLTIMO NATAL,QUE VETEI,ONDE É EXIBIDO MEU "BRINQUEDINHO".
DEPOIS DE SEMANAS NO AR,COMO TODOS SABEM O RESULTADO DA ENQUETE,A GRANDE MAIORIA DECIDIU PELO SIM.
TIVE CONVERSANDO COM UNS LEITORES VIA EMAIL E ELES ME SUGERIRAM QUE  EU AS EXIBISSE NO PRÓXIMO NATAL. REALMENTE NÃO HÁ DATA MAIS CABÍVEL JÁ QUE O FIGURINO FAZ JUS À DATA.
 ENTÃO TÁ CONFIRMADO,NO NATAL HEIN GALERA! FIQUEM DE OLHO...BEIJOS QUENTES À TODOS...

sábado, 8 de outubro de 2011

CONHEÇA A INCRÍVEL HISTÓRIA DAS HIJRAS,AS TRANSEXUAIS DA ÁSIA QUE VIVEM UMA OUTRA REALIDADE





As hijras, que são os transgêneros e intersexuais MtF (Male to Female, "de Homem para Mulher", em português) da Índia, do Paquistão e de Bangladesh, ainda estão envoltos em enigma e mistério e pouco é sabido sobre eles no ocidente.
Entre os indianos da cidade de Varanasi, ao norte da Índia, rituais de castração ou de se vestir como mulher é aceito e explicado culturalmente, como entre os hijras e os jankhas. Muitos homens são castrados pelas sacerdotisas para servirem de escravos a elas, ou para ter relações com elas já que as mesmas devem permanecer virgens por toda vida. Nesses rituais de castração as sacerdotisas usam uma adaga para remover o penis e os testiculos depois de castrados estes eunucos são vestidos de mulher e marcados para servir fielmente aquela que os castrou. 
Segundo MONEY (1988), os hijras podem ser considerados tanto indivíduos pertencentes a uma casta quanto a um culto. Possuem uma deusa própria, Bahuchara Mata e pela medicina ocidental podem ser considerados transexuais masculinos.
Ocidentais que lidam com os hjiras, qualquer que sejam as razões, freqüentemente tendem a exagerar a relação deles com a cultura hindu ou com ohinduísmo. Isso não é estranho, já que no Ocidente o hinduísmo tende a ser identificado com "tolerância, paciência e não-violência", enquanto que oislamismo com "terrorismo, fanatismo, opressão". Então, é fato que os europeus, os norte e sul-americanos relacionem automaticamente a questão da diversidade de gênero ao hinduísmo e não ao islamismo. Contudo, a comunidade hijra está tão enraizada no islamismo indo-paquistanês como no hinduísmo em si. Muitos deles, se não a maioria, são muçulmanos – não só no Paquistão e em Bangladesh, mas na secular Índia hindu –, e sua conexão com asdinastias islâmicas que governaram a Índia é motivo de orgulho, inclusive para os hijras que professam o hinduísmo.
Hijra é o termo mais freqüente usado para descrevê-los. É derivado do urdu, a língua poética da cultura islâmica do subcontinente indiano. Outra palavra amplamente usada por eles é khusra, que vem da língua punjabi (noroeste da Índia, nordeste do Paquistão). O termo muçulmano mukhannath (oumuhannas) é também usado em certos contextos, e muitos hijras o preferem. Na literatura inglesa a palavra eunuco é mais freqüentemente empregada para se referir a eles. É correta até certo ponto, ou seja, no caso de esse termo ser relacionado ao pensamento muçulmano medieval do que significava um eunuco: que era basicamente um homememasculado. Contudo, essa idéia pode levar a imagens enganosas de que os hijras são "homens castrados", já que em sua esmagadora maioria são transexuais, transgêneros ou intersexuais.
Alguns hijras afirmam que sua sociedade já foi conhecida da Índia à Espanha, quando da antiga extensão do Império Otomano. Alguns outros, que fizeram os Hajj (peregrinação a Meca) insinuam uma conexão próxima entre sua sociedade e a antiga comunidade dos eunucos que guardavam o túmulo do profeta Maomé e o sagrado mosteiro de Meca. Levando isso em consideração, as comunidades muçulmanas hijras de hoje em dia são os únicos sobreviventes intactos da sociedade mukhannath islâmica medieval, tendo até mesmo ligações antigas com as tradições hindus.

HIJRAS NA POLÍTICA
Na índia, uma hijra (como são conhecidos os transexuais indianos) chamada Shabnam Mausi (literalmente: "tia Shabnam") fez história por se tornar a primeira hijra a ser eleita para a Assembléia Legislativa Nacional (aos eunucos indianos só foi permitido direito de voto em 1994). No novo milênio várias hijras ganharam destaque no estado de Madhya Pradesh. Cinco delas, incluindo Shabnam, batizadas como 'paanch Pandavas' (cinco Pandavas), foram eleitas para vários quadros públicos. Kamla Jaan tornou-se prefeita de Katni, enquanto Meenabai a presidente da câmara do município de Sehora, a mais antiga entidade cívica do país.