quinta-feira, 26 de maio de 2011

VOCÊ SABIA?





Travestis são pessoas que vivem uma parte significativa do dia ou mesmo o dia-a-dia como se fossem do sexo oposto. Além de se travestirem com roupas do sexo oposto é comum a utilização de um nome social, corte de cabelo, adoção de modos e de timbre de voz consoantes com o sexo almejado. O uso de hormônios e a realização de cirurgias estéticas, incluindo próteses de seios e aumento dos glúteos, são muitas vezes utilizados por travestis para aproximar o corpo do sexo feminino entrando em harmonia com seu estado psicológico, criando algo semelhante a uma "aura" erótica na visão de vários homens. O termo travesti, na raiz latina, tem origem na língua francesa como uma variante da Burlesque (um gênero artístico) fortemente associada ao erotismo, onde mulheres se apresentavam com roupas pequenas e provocantes a partir do século XV. Outro termo semelhante, transvestite, de origem alemã, foi cunhado a partir dos estudos do sexologista alemão, Magnus Hirschfeld, que publicou a obra Die Transvestiten em 1925.[6] Nessa obra o termo transvestite descreve pessoas que se vestiam voluntariamente com roupas do sexo oposto.


Apesar de no senso comum muitas vezes se considerar que as travestis pertencem a um contexto da sociedade moderna, amparada pela visilibidade recente, incluindo o início dos estudos pela sociedade ocidental no século XX, considera-se informações sobre culturas milenares onde há relatos de pessoas vivendo uma identidade de gênero diferente do sexo biológico. O Kama Sutra, escrito em datas que apontam para um período entre 1500 a.C. e 600 d.C., mencionam relações masculinas e femininas de pessoas do "terceiro sexo" (tritiya prakriti). Hijras, Eunucos e uma variedade de termos podem se referir a pessoas de outras culturas milenares que viveram e vivem entre a travestibilidade e transexualidade de acordo com os termos ocidentais.






POLÍTICAS PÚBLICAS PARA TRAVESTIS: AS CONQUISTAS E OS ANSEIOS NO BRASIL.

Apesar de nossas lutas,já podemos comemorar conquistas de direitos com grande importância para nossa cidadania.  Mas, como a luta não pode parar, torcemos para novas vitórias,que venham também simbolizar a  EVOLUÇÃO  no nosso país,e que novos "bolsonaros" não sirvam para nos abater e sim pra nos dar mais vontade de seguir em frente
 
Defensores dos direitos GLBT do Brasil estão sensíveis às dificuldades enfrentadas pelas travestis tanto na construção de uma cidadania que as aceite como no estudo e aconselhamento sobre os tratamentos hormonais e estéticos que elas almejam. Em audiência com o Ministro da Saúde José Gomes Temporão, realizada em 29 de janeiro de 2008, Dia da Visibilidade Travesti, foi entregue uma carta de reivindicações: entre elas estão a humanização do atendimento às travestis nos serviços de saúde públicos e a ampliação de pesquisas sobre uso de hormônios femininos nas travestis e as conseqüências para a saúde delas. Várias políticas vem sendo adotadas pelo governo brasileiro, sejam elas na esfera federal, estadual ou municipal a fim de se criar uma cidadania para travestis, transexuais e trangêneros em geral:



USO DO NOME SOCIAL
O uso do nome social de travestis e transexuais, ou seja, aquele pelo qual essas pessoas se identificam e são identificadas pela sociedade é uma antiga reivindicação que vem ganhando uma boa aceitação dentro das políticas públicas afetas aos direitos LGBT:



NO SISTEMA EDUCACIONAL
Considerando a dificuldade de vários transgêneros em concluir os estudos, o MEC passou a recomendar políticas específicas como o uso do nome social no ensino. Em julho de 2010, 12 estados brasileiros já possuíam diretrizes estaduais do uso do nome social no ensimo púlico: Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Piauí, Paraíba, Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Sul.

NO SISTEMA DE SAÚDE
De forma semelhante o CREMESP aprovou a Resolução nº 208/2009, que garante o direito das pacientes transexuais e travestis serem atendidas pelo nome social, independente do nome e sexo do registro civil. Em 2010 o Ministério da Saúde e a Secretaria de Direitos Humanos também esclareceu que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve adotar o nome social de travestis (como preferem ser chamados) nos prontuários médicos.


NO EMPREGO
Os servidores públicos federais, travestis e transexuais, têm assegurado o direito de usar os seus nomes sociais no cadastro de dados e informações, nas comunicações internas, nas correspondências por email, crachá, lista de ramais e nome de usuário em sistemas de informática.


NOS DOCUMENTOS
 Em São Paulo o uso do nome social no Bilhete Único está assegurado através do decreto 51.181/2010. Para alterar o nome civil nos registros de RG é necessário ingressar com uma ação judicial para a alteração do prenome.


EMPREGO
Existem poucas ações governamentais a fim de facilitar o ingresso no mercado formal do trabalho para travestis, transexuais e trangêneros em geral: o projeto mais conhecido é o "Projeto Damas" do Rio de Janeiro, coordenado pela ASTRA-Rio onde várias travestis e transexuais receberam cursos profissionalizantes; outro projeto conhecido é o "Escola Jovem LGBT", coordenado pelo Grupo E-JOVEM, de Campinas, que também oferece cursos profissionalizantes.

SAÚDE
Algumas políticas de saúde pública voltadas a travestis, transexuais e transgêneros em geral vem sendo implementadas: em 9 de junho de 2009, o primeiro ambulatório de saúde do Brasil dedicado exclusivamente a travestis e transexuais foi inaugurado pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo. Em um ano de funcionamento mais de 4 mil atendimentos foram realizados pelo ambulatório.