quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

BBB 11-ELIMINAÇÃO DA ARIADNA ,EU JÁ SABIA...







Apesar de alguns interpretarem o BBB como um programa de quinta,eu acredito,até mesmo pela popularidade e mobilização que ele provoca que o realyt show global seja um reflexo da sociedade em geral...

Embora muitos lamentaram a saída da sister mais polêmica precocemente,não era surpresa pra mim que ela seria eliminada mais cedo ou mais tarde. Nem sequer pude me empolgar com sua participação pois basta sair na rua pra sentir a rejeição que o brasileiro tem às pessoas que não estão dentro daquilo que se idealiza nessa sociedade hipócrita...
Mesmo com uma legião de famosos(como Preta Gil,Deborah Seco,Fernanda Paes Lemes,Walcyr Carrasco) e anônimos torcendo pela sua permancia na casa(diga-se de passagem alegando apenas que seria "interessante" ) não foi possível deter aqueles que impera absolutamente no nosso país...o PRECONCEITO...e a HIPOCRISIA...
Vendo por esse lado eu até acho positivo sua saída tão cedo...pois isso poderia virar uma bola de neve.uma vez que,caso ela,que é mulher socialmente falando se relacionasse com um brother poderia gerar uma polêmica super desagradável para nossa classe,e, ao contrário do muitos dos que ajudaram a eliminá-la falam como justificativa,ela não tem obrigação de dizer que é uma transexual,mesmo pq,omitir não é mentir e ainda mais sabendo da situação do nosso país,não seria positivo revelar seu passado..
imagine se o povo brasileiro iria glorificar uma ex-garota de programa e mulher transexual...
Eu bem sei como se comporta ,em geral,o brasileiro,sexualmente falando....
Rejeita publicamente,para depois,em quatro paredes,beijar os nossos pés...
até quando nós( travestis,transexuais)teremos que aturar essa hipocrisia tão absurda?
A verdade é que somos guerreiras e vencedoras,pois além e apesar de tanta coisas enfrentamos esses monstros,e ainda damos exemplo de como se viver intensamente...
É por isso que eu digo, EU TENHO ORGULHO DE SER QUEM EU SOU E COMO SOU.....

Eu sou Giselle Ásthon...





















4 comentários:

  1. O problema não está no fato de Ariadna não ter falado que era homem, mas no preconceito que a obriga a relatar seu passado, como se a mudança de sexo fosse uma coisa repugnante, contra a ordem divinda ou social.

    Deveriam falar abertamente. Deveriam dizer que são machistas e acreditam que os homens valem mais do que as mulheres e as travestis não valem justamente por transgredirem a ordem das coisas, a dominação masculina ainda vigente.

    As travestis supostamente não têm valor porque estão na contramão. Enquanto ainda se exalta a viridade dos homens, a honra de ser macho e heterossexual, elas decidem pelo feminino que está dentro delas, sem medir esforços para concretizar os próprios sonhos. Elas dizem com seus atos que preferem o feminino e não o masculino.

    Mas como podem, elas, as travestis, escolherem o caminho inverso ao da valorização social? Como podem deixar de lado a potência que é ser homem e macho?

    E o que elas respondem quando são provocadas? Falam que seguiram a linguagem do desejo e não a do poder. Falam que o sonho de corporificar o feminino, de ser realmente mulher, foi mais forte do que tudo.

    Os homens e as mulheres se vingam da travesti, não aceitam que nada esteja na contramão da ordem posta.

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  2. Eu espero que td isso sirva tb como motivação para que nós(trans ,ONGs,tlovers) estejamos cada vez mais unidos contra a TRANSFOBIA,PRECONCEITO E VIOLENCIA....
    Obr querido Ziero Reis pela participação....
    Super bjo...

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  3. Gisell Asthon, eu não associei a falta instrução com o fato dela ter sido garota de programa,se você compreendeu assim acredito que cometeu um engano.

    As minhas palavras foram as seguintes:

    "A Globo poderia ter escolhido uma trans mais instruída e que não tivesse sido Garota de programa. Se tivesse agido assim, colocaria alguém na casa com mais condições de se defender, tanto por ter argumentos e atuações mais consistentes, como por ter um passado menos sujeito aos mais diversoes preconceitos."

    Perceba que, nas minhas colocações, não existe nada que possa levar a uma conclusão desse tipo. Primeiro, eu usei a conjunção coordenada aditiva "e" (isso e aquilo, a falta de instrução e o fato de ter sido garota de programa). Depois, eu disse que tanto um fator (a falta de instrução) como o outro (o fato de ter sido garota de programa), por motivos diferentes e elencados no texto, teriam atrapalhado a participante.

    Em nenhum momento houve a associação de uma coisa com a outra.

    Depois, ser você pensar bem, vai perceber que não tendo sido garota de programa, ela teria mais chances de defender a causa transexual, pois teria que lutar com um preconceito a menos.

    Vou te dar um exemplo:

    No cinema americano da década de 1980, para combater o racismo, hollywood se utilizou de um ator negro muito bonito chamado Sidney Poitier. Os personagens que esse Sidney Portier fazia correspondiam aos padrões valorizados pelo espaço social, evidenciando que aquilo que pesava contra ele era apenas o preconceito de cor. Nesse sentido, acredito que uma pessoa que talvez representaria muito bem o mundo trans é a Maitê Schneider, a qual, inclusive, já tentou entrar na casa sem obter sucesso.

    Você poderia me perguntar: quer dizer que um negro feio ou sem muita instrução não poderia representar a causa negra? E eu te responderia, poderia sim, mas não seria tão didático, não tornaria tão evidente o preconceito. Por que um feio, ou uma pessoa que encarnasses outras formas de exclusão social, teria que lutar contra o racismo e formas diversas de preconceito que não evidenciariam de forma tão forte a causa principal em questão (o racismo ou a transexualidade). Um negro feio ou que falasse um português errado (falo do preconceito linguistico) teria menos chances de sucesso, principalmente quando o assunto é um programa no formato do BBB.

    Mais uma coisa, quando eu falo em instrução, não estou falando em erudição. Não é preciso ser um intelectual, para ter instrução. Mas existe um corpo de saberes, como a capacidade argumentativa, por exemplo, que, a pessoa os tendo, tem bem mais facilidade para enfrentar os problemas da vida. Falando isso, não estou negando, de maneira nenhuma, os conhecimentos relacionados à experiência, várias são as formas de saber e todas contribuem para auxiliar nos desafios da vida.

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